novo iPad é chamado de, hum, novo iPad.
A Apple anunciou dia 7/3, o novo iPad, um upgrade bastante banal em relação ao modelo anterior.
Claro, há uma linda nova tela de alta resolução com o processador A5X, uma câmera melhorada de 5MP e gravação de vídeo em 1080p, um app iPhoto renovado (US$5), e suporte para redes LTE super rápidas das operadoras AT&T e Verizon, dos EUA.
O novo iPad também custa o mesmo que o iPad 2 nos EUA: 499 dólares por 16GB, 599 dólares por 32GB, e 699 dólares por 64GB. Adicione 130 dólares para os modelos com 4G. O mesmo esquema de preços deveria deixar os consumidores felizes. O novo iPad chega às lojas em 16/3.
Mas cadê a mágica da Apple?
Fiquei esperando pelo “grande anúncio”, mas ele nunca veio. O convite da Apple para o evento prometia: “Nós temos algo que você realmente precisa ver. E tocar.” Ver a tela de alta resolução, eu entendo. Mas e tocar? Nada de novo nesse departamento. Duvido que o ex-CEO Steve Jobs, um “louco” por detalhes, teria deixado esse deslize de marketing passar.
Fiquei esperando pelo “grande anúncio”, mas ele nunca veio. O convite da Apple para o evento prometia: “Nós temos algo que você realmente precisa ver. E tocar.” Ver a tela de alta resolução, eu entendo. Mas e tocar? Nada de novo nesse departamento. Duvido que o ex-CEO Steve Jobs, um “louco” por detalhes, teria deixado esse deslize de marketing passar.
O recurso principal, obviamente, é a tela de alta resolução, dobrando o número de pixels no iPad 2 e até mesmo superando as HDTVs. Os 2048x1536 pixels do novo iPad são muitos em qualquer medida. Você pode apostar que os gamers estão salivando, especialmente após assistir ao vídeo de demonstração do novo jogo “Infinity Blade: Dungeons” exibido durante o evento da Apple.
Nessa mesma linha, o chip A5X e a placa gráfica quad-core realmente aumentam o desempenho do aparelho. O guru de marketing da Apple, Phil Schiller, disse ao público do evento que o A5X oferece uma performance quatro vezes melhor do que a do chip Tegra 3, presente em muitos tablets Android.
Deixando a parte gráfica de lado, houveram alguns sinais perturbadores de rachaduras na armadura da Apple na era pós-Jobs.
Para começar, onde foi parar o Siri? O novo teclado do iPad suporta ditado por voz, mas o Siri é muito mais do que isso. Quase todos os analistas especializados na Apple previram, praticamente assumiram que o Siri estaria no novo iPad. É simplesmente difícil acreditar que Steve Jobs teria permitido um novo iPad sem o Siri. Afinal de contas, a Apple anuncia o Siri como a maneira do futuro de se interagir com um computador.
O Siri, que a Apple lançou no recente iPhone 4S, foi sem dúvidas levado para o mercado como um diferencial chave no cada vez maior mercado de smartphones. Esse tipo de tensão competitiva está em falta no mercado de tablets, onde o iPad domina desde seu lançamento em 2010. Na verdade, o CEO da Apple, Tim Cook, abriu o evento de hoje falando sobre os esforços em vão dos cerca de 100 rivais do iPad.
Sem concorrentes estimulando a inovação, o novo iPad é um upgrade meio sem brilho.
Por exemplo, o novo suporte para redes 4G/LTE pode parecer impressionante – especialmente quando combinado com o fato de que a Apple conseguiu manter a duração de bateria em chips “sugadores” com 4G – mas não é assim tão útil. Vamos encarar, a disponibilidade de redes 4G LTE ainda é muito limitada no mundo. De qualquer maneira, a maioria das pessoas compra iPads apenas com Wi-Fi.
Alguns analistas de mercado falaram sobre o renovado app iPhoto. Admito que não sou um geek por fotos e não usaria esse aplicativo. Mas o iPhoto com certeza pareceu complicado no iPad, e não pude deixar de pensar se Jobs teria permitido que tantos recursos “sujassem” a simplicidade do aplicativo.
E então temos o nome, “o novo iPad”, a revelação mais surpreendente do evento.
Infelizmente, imagino um comitê de executivos da Apple sentados em volta de uma mesa discutindo sobre como chamar o produto. Como a maioria dos comitês acaba se resumindo a consensos, o nome é o esperado, razão pela qual Jobs absolutamente odiava comitês.
Tudo isso leva a uma questão preocupante nessa era pós-Jobs da Apple: quem está tomando as decisões?
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